terça-feira, 23 de junho de 2015

Boa tarde!
            Chegamos ao nosso último texto, o tão esperado texto do Freud. A leitura gira em torno de dois pontos principais: cultura e felicidade. Considero o conceito de felicidade muito complexo, pelo fato de não conseguir definir de uma forma geral, cada um é feliz de um jeito, o que uma pessoa julga ser felicidade pode ser algo totalmente contrário ao que você pensa e nem por isso ela deixa de ser feliz. Então eu pergunto, você é feliz?
           
Concordo com Freud quando ele diz que nossa própria cultura limita a felicidade, porém ele diz que é impossível alcançar a felicidade nesse mundo, é nessa parte que eu discordo. A religião também vai um pouco por esse lado quando diz que a felicidade só é alcançada após a morte, durante a vida eterna. Um problema que eu enxergo nesse ponto é que isso varia muito de pessoa para pessoa, cada um tem sua fé e crê naquilo que acha ser o certo. Freud diz que é impossível alcançar esse sentimento no nosso mundo, pois sempre existirá sofrimentos para nós aqui e jamais nos livraremos deles.
            Acho que realmente isso sempre vai existir, mas considero que é totalmente possível ser feliz com eles. Olhemos para a minha primeira postagem, quando falei do monge. Esse cara é uma pessoa que eu posso afirmar (pelo menos pela leitura do texto) que alcançou a felicidade apesar de todos os aspectos negativos que existem em nosso mundo. Basta uma pessoa ser feliz para nos mostrar que todos nós também podemos.
            Freud fala da cultura, que ela nos limita a sermos felizes e o fato de vivermos em sociedade já cria regras que impossibilitam o alcance desse sentimento. Concordo em parte, mas também é algo que é possível mudar. Podemos ser monges dentro de nossa cultura, não precisamos ir para o oriente, podemos ser diferentes aqui mesmo, apesar de ser difícil, mas ninguém disse que seria fácil, o importante é acreditar e tentar com todas as suas forças. Aquele monge do primeiro texto serve de referência para mim até hoje, pelo simples fato dele controlar sua mente, algo que parece tão simples quando falamos, mas extremamente complexo quando tentamos fazer.
            Sempre estamos correndo atrás da nossa felicidade, por exemplo, querendo passar naquele concurso, terminar a faculdade, ter nossa casa, filhos, família. Muitos dizem que por mais que atinjamos nossos objetivos sempre vamos querer mais e por isso nunca vamos ficar satisfeitos. Sim, é verdade, mas o que seria de nós sem termos sempre algum objetivo na vida? Seria uma vida vazia, tomada pelo tédio, onde já temos tudo que queremos e não precisamos correr atrás de nada, qual o sentido de viver assim? Lembrem da postagem sobre o texto, agora imaginem tal tédio para o resto de suas vidas, iríamos ficar loucos. Acho que o segredo, vamos dizer assim, em viver está na constante busca por nossos sonhos, eles nos dão sentido para viver e sem eles nada seríamos.
            O autor fala sobre o amor, outro sentimento bastante complexo que está presente na vida da maioria das pessoas, se não todas. Freud fala como se fosse algo comercial, por exemplo, você só pode dar amor para quem retribui esse sentimento. Não acho que seja bem por aí, aquele amor mais puro, sincero, muitas vezes pode não ser correspondido, porém não deixa de ser esse sentimento tão bonito, que nos faz querer o bem de alguém, querer fazer outra pessoa feliz, independente se ela sinta o mesmo por nós. Claro que a pessoa que tem seu amor correspondido é mais feliz, mas o fato de não ter esse amor de volta não quer dizer que deixou de ser esse sentimento.
            Nosso grande autor traz uma visão muito interessante a respeito da felicidade, eu discordo de alguns pontos de vista apresentados por ele, mas achei a leitura muito interessante e confessor que esperava mais, pois afinal estamos falando de Freud. Todos podemos ser felizes, basta acreditar e persistir sempre mais e mais. Foi um prazer estar na companhia de vocês, meus leitores durante esse semestre e me despeço com um até breve e um grande abraço!



Inspirado em: Freud, S (2010) o mal estar na cultura. Porto Alegre:L&PM (texto 16)

domingo, 14 de junho de 2015

Boa tarde!
            Hoje falaremos da segunda parte do texto 15. Essa parte traz partes mais técnicas do fato ocorrido, citando exatamente o que acontece no cérebro do nosso autor. O texto explica aonde ficou alojado o projétil e as consequências que isso trouxe.
            São usados muitos termos técnicos nessa leitura e acho que não cabe citar todos aqui, por isso vou focar no que achei mais interessantes e creio que vocês vão concordar. Ao dar choques elétricos no córtex visual primário do cérebro (os choques são absolutamente indolores) aparecem pontos e círculos brilhantes e traços fulgurantes diante dos olhos da pessoa e se ela levar choques no córtex visual secundário, a pessoa vê padrões complexos ou até objetos completos como árvores balançando, por exemplo. Achei legal porque dá para perceber um pouco de como nosso cérebro é complexo, ao estimular uma parte específica, somos capazes de reagir de um jeito que nem sentimos ou imaginamos.
            Se o projétil atravessar as fibras de radiação óptica e destruir nem que seja partes dela, vai ocorrer pontos de cegueira e toda uma parte do campo visual se desintegra. Isso acontece com nosso autor, a visão do lado direito fica totalmente perdida e do lado esquerdo fica muito comprometida. O texto nos mostra uma imagem de como ele enxergava antes e depois da guerra, antes era tudo nítido, claro, depois o lado direito ficou completamente borrado e o lado esquerdo distorcido. Tem uma parte que até achei um pouco engraçada, apesar de não poder rir disso, que é quando ele está andando e bate a testa na parede por ela estar do lado direito dele e a percepção dele ter sido totalmente afetada. É engraçado porque é uma coisa tão simples para nós e fica tão complexa para ele. Uma noção de distância fica comprometida, ele não sabe se está perto ou longe, se vai bater em algum lugar ou vai dar para passar.
            Já pensou não conseguir se comunicar? O texto traz um ponto interessante, a complexidade da comunicação. Já parou para pensar como o que eu falo chega até você e você entende perfeitamente? Isso é um processo complexo em nosso cérebro e ficou muito complexo para nosso sobrevivente da guerra também. Ele tinha extrema dificuldade de se comunicar e isso é mais uma coisa que é muito simples para nós.
            Uma coisa ficou intacta e foi essencial para a sobrevivência de nosso guerreiro. O terceiro bloco do cérebro, este tem a função de sustentar intenções, planejar ações e executá-las. Graças a isso, ele foi capaz de identificar que estava tendo dificuldade para lidar com o mundo e lutar contra isso. Foi essa vontade de o fez permanecer de pé e lutar contra o que ocorreu. Como foi dito em sala, a pessoa não precisa ter uma bala na cabeça para ser afetada pela guerra, reflitam sobre isso. Até a próxima! 
Inspirado em Luria, A.R. (2008) O homem com um mundo estilhaçado. Rio de Janeiro: Vozes. (texto 15)

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Boa tarde!
            Hoje falaremos do texto 15. Imagine você em uma situação de uma guerra, estilo aquelas de filme, onde vários jovens são recrutados para o exército com o propósito de defender seu país, nem que isso custe a sua vida. Imaginou? Sei que é difícil pensar em uma coisa assim, pois afinal são muitas variáveis envolvidas. Eu admito que só penso numa situação assim se for bem distante da realidade, num mundo irreal dentro da minha cabeça, do mesmo jeito que acontece naqueles filmes americanos.
            O autor do texto abordado aqui passou por essa situação e não teve um final feliz como costuma ter nos filmes. Ele foi para a guerra e foi atingido na cabeça por um projétil. O que isso trouxe a ele? Consequências que vocês nem imaginam. Antes do ocorrido citado acima, nosso autor levava uma vida normal, era estudante num instituo politécnico e esperava começar a ter alguma experiência pratica numa fábrica especializada. Ele queria uma vida como a maioria de nós, se formar, ter um bom emprego e consequentemente um bom futuro. Foi aí que veio a grande notícia, uma guerra contra a Alemanha, na qual ele teria que defender seu país a todo custo como eu disse no primeiro parágrafo. Ele largou tudo e foi deixando para trás tudo que havia conquistado e colocando em risco tudo que poderia conseguir.
            Durante uma batalha ele foi atingido na cabeça, tendo assim uma lesão grave no cérebro. Tal lesão trouxe um vazio enorme para a vida dele. Imagine você com dificuldades de pensar, isso mesmo, pensar, um ato que é tão simples para nós. Uma lesão é fatal, porém trata-se de uma fatalidade um pouco diferente. Ela pode te matar de um jeito diferente. Nosso autor era uma pessoa como nós e depois da lesão ele se tornou ninguém, não lembrava de nada, não conseguia perceber nada, tinha enorme dificuldades de lembrar de palavras, seus significados, ele não sabia mais ler.
            E agora? Ele tem que voltar a realidade, ao nosso mundo. Não conseguir identificar objetos, associar palavras a eles, tudo o que você pode pensar que é muito simples ele não conseguia fazer. Um dos principais danos causados foi a falta de percepção, você não conseguir identificar onde está sua perna, seu braço, o que é direta ou esquerda, conseguir ter noção de distância, nada, além de perder a visão do lado direito. Os sentidos foram diretamente afetados e considero esse o principal dano, pelo fato deles serem nosso elo de ligação com o mundo externo. Lembro do texto que falava do tato (uma postagem antiga), o tanto que a privação desse sentido poderia causar até alucinações no paciente do experimento.
            Não podemos esquecer o fato causador disso tudo, a guerra, o quanto que ela pode destruir a vida de uma pessoa. Por mais que pensemos em tudo, é muito difícil imaginar a dimensão dos danos que esse fato pode causar. Semana que vem falarei um pouco mais sobre as consequências disso, até a próxima!


Inspirado em Luria, A.R. (2008) O homem com um mundo estilhaçado. Rio de Janeiro: Vozes. (Texto 15)

domingo, 31 de maio de 2015


Boa tarde!
            Hoje falaremos do texto 14, a continuação do texto passado. Nessa parte a autora descreve o método utilizado em seu trabalho e nos fornece dados interessantes a respeito do uso de drogas. Foram feitas entrevistas com 15 participantes e foi encontrado um dado importante. Os relatos das entrevistas revelaram que o caminho da droga começa pela maconha e para mim faz muito sentido. Pare para pensar, com certeza você conhece alguém que fuma maconha e muito provavelmente foi essa a primeira droga que tal pessoa experimentou e também pode não ser a última.
            Muitos começam pela maconha ainda jovens. A autora mostra gráficos que nos trazem dados de início do uso da droga entre 13 e 15 anos, ou seja, quase crianças na minha opinião. Não sei se estou certo, mas considero que essa entrada precoce no mundo da droga se dá pelo fato de isso ter virado uma espécie de “moda” hoje em dia. Pare para pensar, muitos desses jovens acham muito legal usar maconha e querem ser vistos como pessoas que fumam, como se fossem diferentes, melhores que os outros por terem entrado nesse mundo. Não julgo a respeito a respeito disso pelo fato de conhecer pessoas que estão nessa situação, só acho que se a pessoa tiver um autocontrole e não fique prejudicada com o uso dá droga, não tem problema usar, porém aí está o problema, normalmente não existe esse auto controle o que faz com que a pessoa mergulhe mais fundo nesse mundo venha conhecer a cocaína, por exemplo.
            Um dado interessante trazido pela autora é a sensação que os usuários da cocaína têm ao usar a droga. Sete entre os 15 participantes falaram que se sentem poderosos. Parando para pensar isso faz muito sentido porque muitos dos usuários de droga (não apenas cocaína) se sentem inferiores aos outros, doentes, baixa autoestima e existindo algo que possa dar uma sensação de poder é perfeito, não que isso justifique a pessoa entrar nesse mundo.
            O texto traz também um estudo de caso onde um participante é convidado a participar da pesquisa e essa participação consistia em uma terapia para o participante e uma fonte de dados para o pesquisador, mas com foco na terapia. O participante foi chamado de “K” e ficou 9 meses na terapia. Gostei muito dessa parte do texto, pois acho interessantes os métodos de cuidar do paciente, ninguém merece ficar nessa vida e todos merecem uma oportunidade de sair. Foi unido o útil ao agradável, o pesquisador coletou dados e ajudou o participante e o mesmo foi ajudado fornecendo dados para a pesquisa.
            No início, “K” estava um pouco travado, falava coisas bem diretas e falava pouco, o que dificultava o tratamento, pois a vontade da pessoa em ser ajudada é essencial na terapia. Com o tempo “K” foi se soltando e fornecendo mais informações para que o pesquisador pudesse ajudar. Estava tudo indo bem, mas o participante conheceu o “G” e aí que entra um fator muito importante, o contexto. “K” normalmente usava cocaína depois do trabalho, ia para um bar com os amigos e depois utilizava a droga. É aí que surge de novo essa situação, “G” leva “K” para um bar e ele se vê diante daquela situação na qual utilizava a droga e acaba caindo na tentação.
            A maior preocupação do pesquisador era em não perder “K” para o mundo das drogas novamente e isso não aconteceu, o “K” voltou para a terapia e buscou se reerguer novamente. Mais uma vez eu repito que devemos voltar nosso foco para o tratamento dessas pessoas, pois ninguém merece ficar nessa situação. Por hoje é isso, até a próxima!

Inspirado em Almeida, A.M.C. (2008) Complexidade de associações de estímulos condicionais de occasion setting do contexto do uso de droga com abstinentes de cocaína: uma interface entre o laboratório e a clínica. Universidade de São Paulo: tese de doutorado. (textos 13 e 14).

quinta-feira, 21 de maio de 2015


Bom dia!
            Hoje falaremos a respeito do texto 13, um trabalho científico a respeito do uso de drogas, mais especificamente a cocaína, o qual achei um pouco complicado de ler, mas tentarei mostrar o melhor para vocês. Chegamos em um ponto que é muito difícil, praticamente impossível as pessoas viverem sem as drogas. Sim, infelizmente chegamos a tal ponto, elas entraram nas diversas regiões do mundo de forma devastadora e criando raízes quase impossíveis de serem arrancadas. E uma linha muito pequena separa aqueles que consomem como uma recreação daqueles que então inseridos no vício.
            Alguns autores afirmam que essa dependência química das drogas pode ser originada pela ausência de uma figura paterna ou a estrutura familiar. Eu concordo com essas posições, porém eu acho que o fato individual, ou seja, os aspectos de cada pessoa vão influenciar mais ainda e principalmente o contexto no qual tal pessoa está inserida. Por exemplo, uma pessoa pode ser totalmente contra o uso de drogas, porém numa determinada situação ela pode acabar utilizando, isso pode acontecer por diversos motivos, como situações traumáticas enfrentadas pelos indivíduos, entre outras. Com base nisso, o texto teve um enfoque na cocaína, mais precisamente na adicção a droga. O que significa isso? Seria cruzar a linha entre o uso como recreação e o vício, tornar-se dependente da droga.
            Com o tempo, a tolerância a droga aumenta, ou seja, o indivíduo precisa de cada vez mais cocaína para poder sentir o prazer, o qual era alcançado de maneira mais rápida durante o começo da utilização. A adicção irá recair sobre pessoas que perdem o controle e para manter o controle, utilizam mais e mais a cocaína. O aumento progressivo na frequência e na intensidade do uso da droga caracteriza a drogadicção. É um pouco além da adicção, trata-se de um desejo compulsivo (craving). Está comprovado que a utilização da droga gera euforia, que seria o ponto “positivo”, porém traz consigo o ponto negativo que seria o desconforto por ficar sem ela.
            Considero esse assunto muito complexo e penso mais no ponto de vista de ajudar quem chegou a esses estados de adicção e drogadicção. Afinal, por mais que o indivíduo escolha entrar nesse mundo, ele não merece permanecer nele. O texto apresenta alguns métodos de tratamento, porém vou focar naqueles os quais julguei mais pertinentes. Vocês lembram dos tipos de poder abordados na postagem da semana passada? Então, enxerguei algumas formas de poder nos tratamentos para essas pessoas e vou apresenta-las para vocês.
            O texto cita um tratamento onde são dados vouchers aos pacientes, ou seja, é dado uma espécie de segunda moeda para quem obtiver resultado negativo no exame de urina realizado no final de cada semana. Esses vouchers podem ser trocados. Vejo aqui um poder de recompensa e como disse na última postagem não acho que esse seja a melhor maneira de influenciar alguém e nem como tratamento.
            É apresentado também um tratamento de dissonância cognitiva, ou seja, o próprio paciente vai reconhecer o seu erro e a partir daí é necessário desenvolver formas de tratamento para ajuda-lo e acho que essa forma se encaixa bem com a próxima que vou explicar para vocês, o tratamento das clinicas. Nesse tratamento a clínica tenta recriar uma situação onde o paciente fique tentado a usar a droga e cabe a ele resistir a essa tentação. A chave desse tratamento é a vontade do paciente, ela será determinante para o indivíduo libertar-se da cocaína.
            Por último, o terceiro tratamento que achei muito bom é o programa dos “doze passos”, segue o link a seguir para vocês lerem a respeito (Programa 12 passos). Trata-se basicamente de um encontro entre as pessoas que precisam de ajuda, onde nesses encontros os indivíduos relatam seus problemas e tentam ajudar uns aos outros. Infelizmente esse problema de drogas é muito comum e tentei explorar aqui algumas formas de ajudar essas pessoas. Até a próxima!
Inspirado em Almeida, A.M.C. (2008) Complexidade de associações de estímulos condicionais de occasion setting do contexto do uso de droga com abstinentes de cocaína: uma interface entre o laboratório e a clínica. Universidade de São Paulo: tese de doutorado. (textos 13 e 14).

sábado, 16 de maio de 2015


Boa tarde!
            Hoje falaremos do texto 12 que se trata de alguns capítulos do livro: Psicologia social para principiantes: estudo da interação humana. Quem nunca julgou alguém que atire a primeira pedra. Todos nós julgamos os outros, seja por atitudes que não gostamos, seja pelo jeito da outra pessoa, da sua personalidade, sempre criamos preconceitos e julgamos alguém ser de um jeito apenas por aspectos puramente pessoais. O começo do texto trata-se disso, desse “defeito” que nós temos. O texto também mostra os tipos de poder que nos influenciam e nos fazem influenciar e um aspecto muito interessante, a dissonância cognitiva, segue um vídeo para vocês entenderem melhor(Dissonância Cognitiva). Outro que o texto trouxe é o fato de não ajudarmos os outros quando estamos em grupo, ou seja, dividir a responsabilidade, agora pare para pensar, você é o tipo de pessoa que faz isso?
            Um aspecto muito interessante que o texto traz é o seguinte: quem nunca se viu em uma situação na qual você julgou alguém por um ato que você mesmo já praticou? O problema aqui é que quando estamos falando da gente, tendemos a levar em consideração os fatores externos de nossa ação e quando trata-se dos outros ignoramos esses fatores e enxergamos somente o que achamos errado. Tenho certeza que boa parte dos leitores (cerca de 80%) já fizeram isso e muitas vezes a gente nem percebe, já é algo automático. O livro traz mais alguns pontos, porém irei focar nos apresentados a seguir.
            Vocês lembram da última postagem? Onde Stanley Milgram fez um experimento sobre a obediência, então, essa parte do texto traz o seguinte tema: “como influenciamos as pessoas ou somos influenciados por elas? ” Gostei bastante dessa parte porque traz uma questão muito legal de ser estudada. Todos nós temos poder ou somos influenciados por algum tipo de poder. E acho que por eu ser da área da Administração, é muito importante entender o comportamento das pessoas, o porquê delas agirem de tal forma e como influencia-las a mudar isso. No mundo dos negócios isso é essencial, trata-se de entender o consumidor. French e Raven nos dão seis bases de poder, são elas: poder de coerção, recompensa, referência, conhecimento, legítimo e informativo. Vamos aos conceitos de cada tipo de poder.
            O poder de coerção é aquele no qual você aplica punições nas outras pessoas, ou seja, se alguém não fizer o que você quer, esse alguém será punido por isso. Não acho esse tipo de poder muito eficiente pelo fato de que as pessoas que sofrem coerção não assimilam aquele comportamento, eles farão só para evitar alguma punição, então se o detentor do poder não estiver presente, a pessoa não vai fazer o que foi pedido ou ordenado, pois não sofrerá nada se não fizer, pelo fato de estar longe do detentor do poder. O segundo poder é o de recompensa. Esse é simples, a pessoa vai fazer o que você quer porque ela vai ganhar algo em troca e também não julgo eficiente, pois essa base se poder sempre estará atrelada a recompensa, ou seja, se você não tiver nada para dar em troca, não vai ter poder e o comportamento também não será assimilado. A terceira base de poder é a de referência. Essa base é mais eficiente, pelo fato de que eu serei influenciado por outra pessoa pelo fato de gostar dela, tê-la como uma referência.
            A quarta base é de conhecimento. Essa base é a que um médico tem, por exemplo. Você é influenciado por ele pelo conhecimento que ele possui. A quinta é o legitimo. Você reconhece o poder daquela pessoa, como um policial, por exemplo. Você será influenciado por ele pelo fato de reconhecer que ele é um agente da lei e cumpre o seu dever. O sexto e mais importante, na minha opinião, é o informativo. Nesse, a pessoa realmente vai adquirir o comportamento desejado. Nessa base, você dará informações a outra pessoa e ela vai entender o porquê de ser influenciada, a importância, ela vai obedecer porque sabe que tem que fazer isso. Agora eu faço uma pergunta, pare para pensar nos seus pais. Que tipo de poder eles influenciam sobre você?
Inspirado em: Rodrigues, A. (1992) Psicologia social para principiantes:estudo da interação humana. Rio de Janeiro: Vozes. (texto 12)

 

domingo, 10 de maio de 2015


Boa tarde!
Hoje falaremos sobre o texto 11, um experimento de Stanley Milgram, um professor-assistente de psicologia. Essa leitura é muito, muito interessante, a melhor até agora. Nesse texto, Milgram busca explicar a obediência com o plano de fundo do nazismo, querendo saber porque as pessoas obedeciam aos oficiais do exército nazista e faziam aquelas atrocidades, porém isso foi apenas um pretexto para o experimento, na verdade ele quis saber o contexto da obediência na educação.
 
Experimento de Milgram
Primeiramente, Stanley realizou o estudo na universidade de Yale, porém foi criticado pelo fato do experimento ter sido feito em estudantes, logo eles vão obedecer mais (depois da leitura você irá entender) então ele fez fora da universidade. Você deve estar se perguntando, o que foi isso que Milgram realizou? Vamos lá, o experimento consistiu em dar choques nas pessoas. Milgram criou uma situação na qual tinha um pesquisador, o qual realizava tudo, um professor, o qual daria choque nas pessoas e o aluno, o qual levava os choques. Primeiro o pesquisador fez um sorteio para ver quem seria o professor e quem seria o aluno. Depois disso eles iriam para uma sala onde havia uma cadeira elétrica, a qual o aluno sentaria e levaria os choques aplicados pelo professor. O professor falava uma sequência de palavras e o aluno deveria repetir, caso errasse levaria um choque e a cada erro a intensidade desse choque aumentava. A cada erro o sofrimento do aluno aumentava e o pesquisador falava para o professor continuar, independente do sofrimento da outra pessoa. Agora imagine você na situação do professor, sabendo que os choques poderiam chegar uma voltagem assustadoramente alta caso o aluno continuasse errando, você obedeceria ao pesquisador até o fim?
Está aí a questão do estudou, Milgram queria entender porque as pessoas obedeciam. Ele classificou os objetos de estudo em duas categorias: os desafiadores, que não obedeciam ao pesquisador e os obedientes, que obedeciam a tudo. Stanley escondeu um pequeno detalhe dos participantes, na verdade o aluno era um ator e o pesquisador também, nada daquilo era real, apenas para você, o professor.
Uma questão me chamou bastante atenção, você possui seus valores, suas crenças, sua personalidade, coisas que variam de pessoa para pessoa, e seria capaz de fazer tanto mal a uma pessoa assim? (Na teoria você fez mal para o aluno) isso levanta um ponto, a lacuna entre o que você julga ser você mesmo e o que você realmente faz. Será que você vai levar em consideração todos os aspectos que eu citei acima em diferentes situações da sua vida? Pessoas boas realizaram esse experimento e nem todas foram desafiadoras, houveram obedientes também. Acho que essa é uma questão muito boa para reflexão, pensem a respeito.
No final do texto, Milgram foi duramente criticado e uma crítica que bagunçou minha cabeça. Será que esse experimento tratou mesmo da obediência? Mas não pode ser confiança? O pesquisador estava ali falando para você continuar, logo você pensa: se ele está falando para continuar é porque eu posso continuar, se ele está falando isso é porque não vai acontecer nada de ruim com o aluno, logo você confia no pesquisador. O experimento deixou essa dúvida, será mesmo a obediência o foco?
E hoje em dia, será que as pessoas realizariam esse estudo? Milgram o fez em 1960, de lá para cá muita coisa mudou. Se sim, você seria um desafiador ou um obediente? Segue um vídeo perfeito para vocês entenderem o que foi esse experimento:

Inspirado em Slater, L. (2004) Mente e Cérebro. Rio de Janeiro: Ediouro (textos 7 e 11)